Capitulo VII – O Guerreiro das Sombras

  

 

Mas antes da continuarmos a nossa aventura,

a Jú queria saber se alguém da vila tinha mais alguma informação sobre o Nível Sete,

 então nós falamos com o Cain, e ele mencionou que havia boatos que lá existia um livro muito poderoso,

 mas que eu deveria falar com Adria que talvez ela soubesse mais, então nós fomos lá falar com a velha Adria.

 

 

Assim que chegamos lá, reparamos que a casa estava vazia,

 eu estava louco pra partir, mas como a Jú estava querendo falar com ela.

Eu decidi esperar pra fazer a vontade dela.

 

Passaram se cerca de meia hora, eu já não agüentava mais.

A Jú percebeu meu incômodo e que eu estava com muita pressa, então decidimos ir embora,

quando nós estávamos saindo, a velha Adria surgiu do nada,

 e já foi gritando pra esperarmos, que ela precisava de um favor.

 

Ela nos ofereceu um chá meio fedorento, e é claro que não aceitamos, eu pelo menos tinha amor à vida.

Ela ficou contando umas historias chatas e antigas, foi ai que ela mencionou o livro:

“ Book of the Blind”, ela disse que esse livro era um dos livros mais poderosos que ela já tivera conhecimento, e que se todos os boatos fossem verdadeiros, aquele livro revelaria muitos enigmas e segredos, e que ela como uma bruxa teria que possuir um livro como aquele.

 

Ela disse que faria qualquer coisa pra conseguir aquele livro, a Jú se ofereceu pra ajudá-la, eu já estava pesando na recompensa que iria ganhar, mas é claro que eu também iria ajudar mesmo se não houvesse recompensa nenhuma.

 

Sinceramente... Eu não iria perder o tempo ajudando uma velha feia como aquela,

mas no momento ninguém precisa ficar sabendo disso.

 

Depois de muita conversa, já estávamos prontos para partir, mas eu almejei mudar um pouco a minha forma de lutar, eu achei que fosse necessária uma postura mais defensiva e por isso eu resolvi voltar a usar meu escudo que eu tinha deixado com o Griswold assim que eu cheguei na vila...

 

Fui correndo até lá falar com ele, quando eu pedi meu escudo, ele falou que queria me dar um presente, e já que eu queria um escudo, ele me daria um muito bom, me disse que aquele escudo se chamava SkullShield, e que era indestrutível, que ninguém conseguiria quebrá-lo nem mesmo o demônio mais forte.

 

Assim que eu peguei o escudo, eu notei que ele era muito pesado, realmente ele deveria ser muito resistente, ele tinha mais que o dobro do peso do meu escudo, além disso, ele era bem aterrorizante, ele tinha uma caveira desenhada nele, eu encaixei ele no meu braço esquerdo e voltei pra falar com a Jú.

 

Quando ela viu o escudo, ela achou horrível,!

Perguntei se ela queria um escudo também, e ela disse que não, que isso iria atrapalhar o desempenho dela na luta,

 

 

Assim entramos  na catedral.

 

 Quando voltamos a passar pelo sexto nível, a tensão voltou a tomar conta, não sabíamos se aquele nível ainda tinha alguma criatura, então decidimos ir com cuidado, ainda existiam as marcas de rachadura no chão, feita pelas cabeças do guardião, na verdade eu não me sentia mais aliviado ou mesmo protegido com aquele poder, se eu pudesse invoca-lo sempre que eu quisesse, seria muito melhor, isso me deixaria mais confiante e me daria uma certa vantagem nas lutas.

 

Depois desse momento de reflexão, a Jú me lembrou que nós tínhamos que continuar o nosso caminho, nós vimos que aquele nível não oferecia mais resistência e que a gente já podia descer.

 

Quando descemos, podíamos ouvir sons de passos, e eles estavam muito próximos da gente, só que não tinha nada, ou pelo menos nada que a gente pudesse ver. Eu continuei andando na frente, tentando localizar da onde vinha aquele som, de repente eu tomei um forte golpe nas costas, quando eu me virei não tinha ninguém, e a Jú não entendeu porque eu tinha caído no chão, ela achou que eu tropecei ou algo do tipo, depois disso os barulhos aumentaram, eu sabia que tinha alguma criatura ali, tentando nos fazer de idiotas, eu saquei minha espada da bainha, e quando eu ouvia algum barulho eu desferia um golpe tentando acertar algo que eu nem sabia se realmente existia.

 

Eu me lembrei do treino do meu mestre...

Lutar com os olhos vendados e atacar o inimigo através do som que estes faziam...

Já tinha dado certo uma vez, poderia dar certo outra vez.

 

Eu pedi pra Juliana se afastar, e não fazer barulho algum, eu fui ao centro do salão, fechei meus olhos, empunhei minha espada...


 Eu estava pronto pra o que viesse, pude ouvir um som vindo pelas minhas costas, porém eu hesitei em atacar, e por isso eu tomei um grande soco na costa, aquele soco foi muito forte, me ajoelhei com um pouco de falta de ar ...

Comecei a ouvir vários sons novamente, eu estava agora muito mais concentrado, dava pra saber que seriam cerca de seis criaturas.

 

Quando eu tomei postura de ataque novamente, percebi que uma das criaturas se aproximara, eu defendi com meu escudo, eu senti o impacto que a criatura causou, e na mesma hora, retribui o golpe, eu tinha acertado uma das criaturas com meu escudo, aquele monstro começou a ficar visível ...

 

 Ele tinha uma cor amarelada, e uma pele meio gosmenta, ele ficava mexendo os braços em movimentos circulares, era muito estranho, aquele que eu acertei não conseguia ficar totalmente invisível, dava pra ver o vulto dele passando, eu acho que eu tinha descoberto o ponto fraco deles.

 

Eu fui pra cima dele, e o cortei ao meio, com um simples golpe, ele não tinha resistência nenhuma, foi como se tivesse cortado uma folha de papel, mesmo assim eles tinham uma habilidade muito boa, e que dava uma grande vantagem a eles, eu voltei a me concentrar e fechar meus olhos, porém os sons tinham desaparecido, aquelas criaturas eram muito covardes, mas eu não fazia questão de perder meu tempo com elas mesmo.

 

E fui falar com a Jú, e ela disse que tinha quase certeza que tinha visto um guerreiro andando por ali, eu achei pouco provável, já fazia mais de uma semana que a gente tinha entrando naquela aventura, e pelo que eu sabia nenhum outro guerreiro teve coragem pra fazer o mesmo, e era pouco provável que aquele ser estivesse chegado antes de nós...

 

Mas logo iamos descobrir se isso era verdade...

Continuamos seguindo em frente, quando deparamos com um grande salão com forma de cruz, dentro dessa sala havia mais duas salas menores com acesso disponível, não havia portas nem grades, e lá no fundo da segunda sala havia uma criatura que deveria ter sido um Mago um dia.

 

Eu estava achando aquilo muito estranho, aquele nível tinha pouco inimigo, e um Mago sozinho, mas mesmo assim eu decidi ir lá conferir.

 

Quando me aproximei do Mago eu reparei que ele estava segurando um livro, e que esse livro só poderia ser o que a velha Adria tinha me pedido, ele também segurava um bastão ...

 

 

 

... O Mago interrompeu meus pensamentos, gritando com um tom de ameaça:

 

- Eu sou conhecido como um Illusion Weavers ...  

 

- Vai embora garoto, volte para sua casa !!!

 

- Aqui não é lugar de crianças, você e sua amiga tiveram sorte de chegar até aqui, este local nunca tinha sido visitado por humanos depois da conquista do Imperador Diablo. 

 

Eu comecei a rir da cara dele, eu notei que ele nem se abalou com isso...

Eu tirei a espada da bainha e quando eu fui ataca-lo, ele sumiu, apareceu uns 4 metros a minha direita, e usou a magia Fireball, eu imediatamente me defendi com meu escudo, estava na hora de saber se ele era realmente indestrutível, pois bem, graças a ele eu posso ainda contar essa historia, quando a magia atingiu meu escudo eu fui lançado ao chão devido ao forte impacto. Agora ele ficou bem surpreso pela força do meu escudo, acho que foi devido a isso que ele chamou seus amiguinhos, do nada surgiram mais três Magos.

 

Eu fiquei muito preocupado, porque se os magos resolvessem atacar a Juliana, ela não teria como se defender e poderia ser gravemente ferida.

 

Eu corri até a Ju, e dei meu escudo pra que ela usasse, eu falei pra Ju, que assim que ficaria menos preocupado e poderia lutar melhor, eu aproveitei o momento, mesmo não sabendo se era a hora indicada pra isso, mas eu disse pra Ju, que eu me importava muito com ela, e que ela era muito especial pra mim, e que eu nunca a poria em risco e que sempre a protegeria. Mas uma vez Ju ficou envergonhada, ela disse que tudo bem e que sentia o mesmo por mim.

 

Chegara a hora de lutar ...

 

Era muito difícil atacar, eu só conseguia me esquivar das magias deles, eu ficava correndo de um lado pro outro, eu estava bem acuado, não tinha outra escolha, e as poucas oportunidades que eu tinha de me aproximar, os magos se tele transportavam para o outro lado.

 

E não tinha tempo de pensar em algo, e a cada momento estava ficando mais difícil me esquivar, eu já estava ficando cansado, mas tinha que continuar lutando, foi ai que eu lembrei que eu tinha o poder do guardião e lembrei  também da velha me dizendo que era necessário ter muita fé, eu comecei a rezar um pouco suplicando a ajuda dele, não por mim, mas pela Juliana que acabaria seria morta se eu não fizesse algo rápido. Serio viu, podem acreditar ...

 

Foi nesse momento que um brilho intenso saiu da minha mão. Eu novamente havia invocado o guardião, os Magos ficaram muito surpresos, eles não acreditaram que um simples mortal teria invocado tal poder, mas os magos não tiveram tempo pra fazer outra coisa, o Guardião acabou com eles com muita rapidez, mesmo eu já tendo visto o poder deles eu fiquei impressionado novamente.

 

Quando as cabeças retornaram para as profundezas, eu decidi continuar, fui lá falar com a Jú, ela me abraçou e disse que estava com medo, eu a acalmei como podia, depois de ficar alguns minutos ali parados nós voltamos a olhar a sala ...

 

Nós notamos que tinha uma estante bem no canto do salão, quando eu me aproximei tinha um livro vermelho bem escuro, o livro era muito velho e nele tinha escrito Book of the Blind, realmente existia o livro que a velha havia dito, agora eu só tinha que voltar e entrega-lo pra a Adria e pegar minha recompensa.

 

Quando nós estávamos saindo, a Jú notou que tinha uma outra porta, ao norte do salão, eu dei o livro pra ela segurar, e abri a porta, nesta sala havia uma mesa, e em cima da mesa existia um amuleto, muito bonito por sinal, e tinha uma placa eu acredito que dando a descrição dele, porém tava muito raspada, não tinha como ler o que estava escrito nela, pelo que deu pra ler o amuleto se chamava Optic Amulet.

  

Eu peguei o amuleto, e dei pra Jú, eu botei no pescoço dela, ela ficou linda com aquele amuleto, acho que pela primeira vez rolou um clima entre a gente, e dessa vez não tinha ninguém pra nos atrapalhar, ta eu sei que ficar com uma garota nas Catacumbas do Diablo não é nada romântico, mas não tinha um local melhor mesmo.

 

Eu me aproximei dela, e fiquei olhando nos olhos dela e admirando sua beleza, quando eu ia beija-la, eu ouço alguém se aproximando e aplaudindo.

 

Eu fiquei muito indignado, ia matar seja quem fosse, e a Jú ficou muito constrangida, acho que depois disso ela ia se fechar ainda mais.

 

Daí que surgiu das sombras um guerreiro ...

 

 

... O guerreiro parecia ser humano, ele tinha uma arma que eu nunca tinha visto antes, ele parou e ficou olhando pra gente.

 

 

Eu já tinha perdido a paciência, eu falei com um pouco de raiva:

 

- Quem é você ?? E porque está aplaudindo feito um idiota ?? 

 

- HAHAHA, você pode me chamar de Shadow, e eu o estou aplaudindo devido a sua vitória sobre o Mago.

 

- E o que você está fazendo aqui ??

 

Nesse momento ele me deu as costas, me deixou falando sozinho,

e quando ele estava andando disse que estava ali pelo mesmo motivo que eu.

 

Eu me aproximei dele e quando segurei o ombro dele pra falar, ele me atacou, se eu não fosse rápido eu teria perdido meu braço, agora eu já tinha um motivo pra matá-lo.

 

Eu me afastei do guerreiro, e desembainhei minha espada, agora nós dois estávamos pronto pra luta.

 

Eu estava muito cansado devido a minha ultima luta e por ter invocado o guardião, e o Shadow percebeu isso, e se fosse um guerreiro digno não aceitaria lutar comigo naquela hora.

 

E ele era digno, Shadow falou que eu estava muito cansado e que não teria a menor graça pra ele lutar assim comigo naquele estado.

 

 Depois disso ele começou a andar e completou dizendo que a gente ainda ia se encontrar, e que em breve nós lutaríamos.

 

Quando eu olhei, o guerreiro já havia sumido entre as sombras da sala, eu ajoelhei no chão, minha febre tinha voltado, eu estava muito cansado, a Jú me ajudou a me levantar, e a gente começou a andar em direção a escada pro nível seis ...

 

Assim que a gente chegou na vila, a Jú estava carregando o Livro e ainda estava com meu escudo, nós fomos até a Taverna, eu tava muito mal, eu fui direto pra cama, enquanto isso a Jú foi entregar o Livro a Adria. A Juliana ficou cerca de 10 minutos lá com a velha, a Ju não ganhou nada em troca, eu acho que também ela não pediu, mas mesmo assim, a velha tinha dito que nos daria algo assim que ela recebesse o livro.

 

Mas tudo bem, eu já estava deitado, e amanha eu estaria pronto pra continuar a seguir nossa aventura, alias eu estava muito curioso pra saber mais sobre o Shadow, eu queria saber quem era ele, como ele lutava, o que ele estava fazendo ali e como ele conseguiu chegar até lá sem passar por nós ...

 

Serão esses os mistérios dele e por isso ele é conhecido como o sombra, mas todas essas duvidas eu só irei descobrir amanha ...

 

Escrito por Felipe Gonzalez Alves