Capítulo
II - A Luta contra o Carniceiro. Assim que meu mestre acabou de contar essa historia, eu queria poder rumar para aquele vilarejo o mais rápido possível, porém eu ainda não tinha terminado meu treinamento e meu mestre não permitiu minha ida.
Meu Mestre é um velho muito sábio, mesmo cansado pela idade, ele carrega consigo conhecimento e poder que eu nunca vi igual, aliás, quem olhasse para aquele velho, nunca imaginaria que ele fosse dotado de tanto poder e que dominasse técnicas de lutas tão perfeitamente. Talvez ele fosse o Guerreiro mais forte que eu conhecia, com certeza ele era o mais respeitado.
Passados
alguns dias, meu mestre veio até mim e disse com sua voz
cansada, que se eu continuasse a me desempenhar daquela forma,
eu poderia superá-lo em breve, aquilo foi tudo o que eu sempre
quis ouvir dele, e a partir daquele dia eu dobrei meu
treinamento. Meu
mestre me disse que chegara a hora de partir pro tal vilarejo,
porém disse também que eu ainda não estava pronto, que eu
ainda precisaria cerca de cinco meses de treinamento, e que
assim que ele resolvesse tudo ele voltaria para encerrar meus
treinos. No
dia seguinte, ele já estava com tudo pronto pra viajem, então
nos despedimos, ele pegou a trilha pra floresta... Passados
três meses, já início de agosto, eu tive a pior noticia da
minha vida, eu fiquei sabendo que meu mestre fora morto por um
Grande Demônio que vivia dentro da Catedral, eu não sabia o
que fazer, eu só consegui sentir ódio e raiva, e foi
naquele momento que eu decidi que iria me vingar, o meu desejo
de vingança aumentava a cada segundo.
Eu
assumo, que o motivo inicial que me fez ter vontade de ir
naquele vilarejo foi GANÂNCIA. Eu
tinha planos de oferecer minha ajuda para as pessoas de lá, por
uma grande quantia de dinheiro. Porém
agora eu tenho um motivo mais do que pessoal. Eu partiria imediatamente, mas é que tinha de esperar o bom ferreiro terminar de afiar a lâmina de minha espada e terminar os reparos com meu escudo.
Aliás,
eu esqueci de mencionar meu nome, na verdade isso é totalmente
irrelevante, após a morte do meu mestre, eu lhe quis fazer uma
homenagem, adotando seu nome, então vocês podem me chamar de Colec,
eu sei, esse nome é bem diferente, acho que vem das terras próximas
a Khanduras.
Comecei a correr, a criatura parecia ficar cada vez mais longe, e eu estava ficando cansado, quando eu me aproximei dela, e desferi um golpe, eu percebi que aquilo não tinha passado de uma miragem, e precisava descansar logo, eu estava com muita fome e cede.
Mas
eu tinha uma meta a seguir, continuei andando e então, graças
a Deus, eu encontrei um Oásis, eu encontrei a nascente do rio
Talsande, era um lugar muito lindo, tinha uma água transparente
e várias arvores, um ótimo lugar pra descansar as pernas ...
...eu sabia que aquele rio cortava a cidade de Tristam, eu resolvi parar pra fazer um pequeno descanso na margem do rio. Após isso eu continuei a seguir as margens do rio, e finalmente eu consegui chegar em Tristam.
Assim que eu cheguei naquele lugar, eu pude sentir um odor muito forte, era o cheiro da carnificina que houvera ali, a carne dos guerreiros entrando em decomposição, haviam poucos remanescente ali, acredito que aquelas pessoas já tinham se acostumado com aquilo tudo.
Eu
cheguei e fui bem no centro da vila, haviam muitas pessoas
reunidas ali, eram padres, bruxos, sacerdotes, os mais variados
guerreiros, mas o que mais me chamou a atenção foram duas
lindas arqueiras, não só pela beleza, mas sim pela idade, elas
deveriam ter no máximo 15 anos, tão jovens diante de tanta
crueldade. Estavam muito nervosas. E tão desacreditadas. Ninguém dava atenção a elas, eu acredito que as pessoas achavam que elas fossem incapazes de ajudá-las e por isso acabaram ignorando-as.
Eu estava parado, encostado em uma fonte, só observando as pessoas, e pelo que eu percebi e pude entender, eles estavam querendo formar um novo grupo e descer na tal Catedral, que teria seu subsolo tomado pelas criaturas do Senhor do Terror, e eu descobri mais uma coisa, aquele seria o segundo grupo, eles estavam esperando o retorno do primeiro, que traria detalhes, como o que havia lá em baixo e contra o que eles estariam lutando.
Acho
que ficamos cerca de uma hora ali esperando, a minha vontade era
descer lá em baixo, e sair matando o que aparecesse, mas eu
lembrei de uma coisa que meu mestre havia me dito um pouco antes
de partir, ele me disse que: “Um bom guerreiro é precavido, paciente e determinado, essas são as qualidades que sobressaem em um luta”.
Foi nesse momento que todos nós ouvimos um grito, acredito que fosse de uma das criaturas mais terríveis, parecia uma melodia profana da morte. Todos ficaram com tanto medo, que foram incapazes de comentar sobre o acontecimento, passado cerca de 15 minutos, chegou um guerreiro, todo sangrando, com um grande ferimento nas costas, ele devia ser muito forte, porque pra chegar até aqui com um ferimento desses, felizmente ele ainda teve tempo de contar o que havia acontecido:
- Nós éramos o primeiro grupo... Estávamos fazendo uma limpeza no 1º Nível, quando acabamos, descemos por uma escada bem no centro do salão, que levava ao 2º Nível, descemos e matamos alguns demônios.
- Descanse rapaz, você precisa poupar energia. Disse uma boa senhora, se preocupando com o guerreiro muito ferido.
- Eu preciso, alertar vocês, para que não cometam os mesmos erros que a gente cometeu. No 2º nível, nós encontramos... Nós encontramos uma sala toda lacrada, e resolvemos abri-la. Foi o nosso maior erro, assim que a sala foi aberta, nos ouvimos um urro de um demônio, esse grito causou tanto medo, que a gente ficou paralisado, e dessa sala saiu um grande demônio, vermelho, totalmente coberto por sangue e que consigo carregava um enorme machado. Tomem cuidado, por favor, vão rápido, ainda tem g ....
Essas foram às últimas palavras daquele pobre guerreiro.
Após
aquela cena deprimente, as pessoas perderam a coragem, mesmo
aquele guerreiro tendo dito que ainda havia pessoas vivas lá em
baixo, as pessoas não pretendiam fazer nada. Vendo
o desespero das arqueiras fui lá pra falar com elas. Perguntei
porque tanta preocupação, e elas me disseram, que elas eram
apenas discípulas e que sua mestra estava lá embaixo, e elas
sabiam que só as duas não poderiam fazer nada. Eu disse pra
elas não se preocuparem, que eu ia ajudar elas e traria sua
mestra viva aqui para cima. Duvidavam se eu seria capaz de tal feito.
Imediatamente
eu quis partir, eu pedi para todos me ajudarem e descerem comigo
pra salvar as pessoas que ainda estavam lá embaixo, e para
matar o tal demônio vermelho, porém ninguém quis me ajudar,
sabe..., eu não culpo ninguém por isso, no fundo eu também
tava com medo de descer, mas foi ai que surgiu um guerreiro e me
ofereceu sua ajuda, foi aí que surgiu uma velha, ela disse: - Vocês bons guerreiros, me parecem serem justos e corajosos, merecem saber um pouco da historia, venham aqui que eu vou lhes contar, e espero poder ajudar dessa forma.
A velha ficou nos contado algumas historias e falando sobre algumas criaturas que lá viviam, foi ai que eu agradeci e me levantei, eu disse que a nós estávamos com pressa, e nesse momento, ela me censurou e disse que ia contar só mais uma coisa:
-
Eu sei sobre o demônio vermelho, ele se encontra no 2º
nível dos labirintos, e seu nome é The Butcher, conhecido por
nós como “O Açougueiro”, ele é um sanguinário que
carrega um forte machado, que é quase indestrutível, porém
ele tem um ponto fraco, ele é muito lento. Sei
que você notará isso, e se for rápido, vai matá-lo com muita
facilidade. - Agora podem ir.
Após
isso, rumamos para a Catedral ...
...
Nós começamos a descer a escadaria, eu fiquei bem assustado
com o que eu vi, tinha uma espécie de lama de sangue, um sangue
escuro , podre, envelhecido, que cobria os corpos empilhados,
como se os consumisse. Eu acho que fiquei estático durante uns
2 minutos, foi então que o guerreiro me chamou, e eu comecei a
andar. Nós
achamos a escada que levava para o 2º Nível. Paramos um pouco
e eu olhei para a cara do guerreiro, como se dissesse, - Vai
você primeiro. Mas eu criei coragem e desci, já no 2º Nível,
nós começamos a andar, tentando fazer o máximo de silêncio
possível pra não chamar a atenção, mas não deu certo e logo
chegou uma horda de criaturas um tanto bizarras... Mas
não nos intimidaram, as criaturas deviam ter no máximo 1,20m
de altura, eram bem pequenas, sua pele azulada e algumas com tom
bem cinza. Elas carregavam consigo um tipo de lança e algumas
tinham também uma espada curta. Eu
tirei minha espada da bainha, e fui pra cima deles. Acho que em menos de 5 minutos eu já havia matado cerca de 15 monstrinhos. Eu fiquei bem animado, foi aí que o outro guerreiro começou a aplaudir, e me disse: - Agora você provou ser merecedor da minha ajuda, meu nome é Fack.
Pra
falar a verdade eu o achei bem arrogante, e eu ainda não o
tinha visto lutar, estava bem curioso, a
única coisa que eu fiz foi agradecê-lo. E
assim seguimos nosso caminho, foi quando Fack ouviu uma voz, no
fim daquele labirinto, gritando por ajuda, eu comecei a correr
em direção a voz que ouvimos, o Fack ficou um pouco pra trás,
assim que eu cheguei na sala, pude ver um grande demônio
vermelho, ele tinha chifres saindo de sua testa e manejava um
grande machado, só podia ser o The Butcher ...
...Nós
podíamos sentir um cheiro fétido que ele exalava, o cheiro era
muito forte, e ele tinha uma aparência repulsiva, foi aqui que
eu percebi que atrás de uma das pilastras da sala havia duas
jovens , uma linda loira guerreira. A outra, uma linda jovem
morena, estava carregando um arco, então devia ser aquela que eu
tinha que levar pra superfície. Por
incrível que pareça, o demônio gritou: - Ahhhhhhhhh, Carne fresca.
Eu senti um calafrio na espinha quando ele falou isso..., E quando eu olhei pro lado, eu vi que havia um guerreiro morto e fincado nele estava a espada do meu mestre, na hora eu percebi que fora aquele mostro que matara meu mestre, e que ele devia ser muito forte pra ter conseguido isso.
Foi
aí que eu disse:
- Eu vou lutar sozinho com esse cara, eu tenho um motivo pessoal
pra acabar com ele pessoalmente.
O
Fack concordou, ele sabia que eu era capaz de fazer isso, porém
as outras duas negaram meu pedido. Queriam
lutar com ele. Eu
tava tão irritado, eu não queria perder mais tempo, eu tava
com tanto ódio daquele monstro, eu exclamei com um pouco de raiva:
- Escutem bem, esse maldito matou meu mestre, e eu viajei muito até aqui pra me vingar, eu já disse que vou lutar sozinho, e se alguém não tiver de acordo, eu não me importo em matá-lo primeiro, mesmo que seja uma bela jovem como vocês.
Eu guardei minha espada na bainha, me aproximei da espada do meu mestre, e jurei ali mesmo, matar aquele mostro com a aquela espada, honrando assim meu mestre.
A
luta começou, e eu parti pra cima, rapidamente, tentando
desferir-lhe um golpe letal, mas por incrível que pareça,
aquele ser conseguiu desviar, e no mesmo momento contra
atacar-me. Eu
quase perdi o braço, ele fez um rasgo na minha armadura, na
hora eu me lembrei daquela velha idiota que disse que ele era
lerdo. O The Butcher começou a rir, e disse:
A
minha batalha pessoal continuava, aquela criatura era muito rápida,
mas eu conseguia desviar dos ataques dele com facilidade, meu
mestre me ensinara muitas técnicas de luta, e uma delas era
tirar vantagem do tamanho do inimigo, e a respeito de tamanho,
aquele mostro era muito grande, era duas vezes maior que eu.
Passada cerca de meia hora, eu resolvi atacar, ele já não
tinha o mesmo ritmo de antes, perdeu agilidade e percepção. O meu golpe foi único e certeiro, eu perfurei o coração dele com a espada do meu mestre, e consegui atravessar o corpo dele, mesmo com a pele dura, sendo tão grossa quanto o aço. Ele
ainda estava vivo, e teve tempo de dizer: - Ahhhh!! Você será mais tolo ainda, se acreditar que me matando, resolverá o problema daqui, você logo descobrirá que existem criaturas mais fortes que eu, e vocês vão se arrepender de terem vindo aqui. Ahhhhhhhhhhhhhhhh!!! -
Seu idiota, eu sei que você não passa de um simples guardião
do nivel, eu conheço toda a história, e eu viajei muito até
aqui, para acabar com Diablo !! - Você não vai ter chance de lutar contra o Senhor do Terror, você morrerá antes. Aqui nestes labirintos, existem 16 níveis, e cada nível é guardado por um guardião, você morrerá antes ...
Depois
disso, ele caiu no chão. Eu peguei seu machado, e fui em direção
ao Fack e as jovens. Enquanto
eu estava indo à direção deles, eu notei o quanto aquelas
jovens eram bonitas; principalmente a loirinha ...
Então
nós quatro começamos a voltar, no meio do caminho, elas me
agradeceram, e me elogiaram principalmente pela coragem que eu
tive de lutar sozinho com aquela criatura. Quando
nós chegamos no vilarejo, as pessoas ficaram espantadas, elas
acharam que não fôssemos capazes de sobreviver lá embaixo. Foi
quando aquelas duas arqueiras vieram, uma me abraçou e ficou me
agradecendo por eu ter comprido minha promessa, foi aí que elas
se apresentaram. Elas se chamavam Thais e Carol, e eram discípulas da grande Arqueira Lídia.
Aliás,
a Lídia era membro de uma ordem de Arqueiras, que viviam ao
sul, a ordem se chamava [IHC], a ordem pregava a religião da
Luz, ela não entrou em detalhes nem disse o que significava
aquela sigla. Só que grande parte da ordem fora mortos por demônios,
enquanto eles tentavam combater as criaturas nos labirintos de
Tristam. A outra garota se chamava Juliana, pelo o que ela
contou, ela tinha uma história bem semelhante com a minha,
inclusive seu mestre também fora morto por essas criaturas, e
foi esse o motivo que a trouxe aqui nessa vila, ela era bem
enigmática, e muito intrigante, ela não quis dar muitos
detalhes sobre sua vida. Foi aí que o Fack se manifestou e resolveu se apresentar, ele
disse que ele era de um clã, nomeado como Matadores; eles eram
caçadores de recompensas, mas eles teriam sido mortos por demônios,
e os poucos sobreviventes se separaram, e ele decidiu se vingar
e claro talvez ganhar um pouco de dinheiro com isso.
O
silêncio invadiu o vilarejo. Mas
eu fui obrigado a quebrar o silêncio. Resolvi me apresentar
também. Após a apresentação de todos, nós fomos para a
Taverna beber alguma coisa. A gente ficou conversando um bom
tempo, e já estava muito tarde para prosseguir, então
resolvemos dormir por lá mesmo.
Na manhã seguinte, todos queriam a mesma coisa, todos tínhamos uma razão para continuar seguindo em frente, porém logo em seguida, eles me questionaram, e perguntaram o que eu sabia sobre a catedral de Tristam e sobre o tal Diablo, eu contei tudo que eu sabia sobre isso, já tinha se passado cerca de 1 hora e meia, e nos decidimos fazer um pacto. O pacto era a seguinte, nós quatro iríamos entrar naquela Catedral, matar todas as criaturas, íamos acabar com Diablo e massacrar quem fosse necessário, e iríamos fazer isso sempre unidos, porque junto ninguém conseguiria nos vencer. E que depois de fazer isso nos quatro sairíamos de lá vivos, ai sim, cada um poderia seguir seu destino. E mesmo que alguém morresse durante a jornada, nós continuaríamos lutando.
Escrito
por Felipe Gonzalez Alves
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