Capitulo
XVI:
Memórias de um Guerreiro Bem,
eu não sei como eu posso terminar de contar essa historia, primeiro
eu gostaria de dizer que o Colec não conseguiu sobreviver à
batalha contra o Diablo, mesmo ele tendo conseguido derrota-lo ele não
resistiu aos graves
ferimentos. A
única sobrevivente dessa batalha,fui eu, Lídia ... Graças
ao ultimo sacrifício que o Colec fez. Antes de continuar a historia
dele, eu gostaria de agradece-lo e dizer que eu sempre rezarei pra
que a alma dele descanse em paz. Depois
de ter enterrado o corpo dele, eu fui visitar a Taverna pela ultima
vez, eu entrei no quarto que o Colec sempre ficava e ali dentro de
uma mesinha eu encontrei este conto e varias anotações feitas por
ele, foi ai que eu decidi continuar a escrever essa historia por
ele, pra que todos saibam que ele foi o maior guerreiro de Khanduras.
Agora
eu já posso continuar a contar a historia da onde ele parou; Assim
que acordamos, nós estávamos muito cansados e o Colec estava com sérios
ferimentos, principalmente o ombro esquerdo, o ombro dele havia sido
dilacerado na briga contra o Lazarus, além disso, ele estava com
uma febre alta, mas mesmo assim ele estava decidido a lutar e se
vingar das mortes dos nossos amigos, principalmente da Ju, ele não
se conformava com a perda dela, acho que ele se sentia culpado por
isso. Enquanto
isso eu desci para e comer alguma coisa, e o Colec foi falar com a
Bruxa Adria, ele pediu pra que eu ficasse na vila, porque ele queria
falar com a Adria sozinho, ele não explicou muito bem, eu fiquei
meio que sem entender. Então
eu fiquei na Taverna, e ele foi na direção a casa da Adria,
passando cerca de 5 minutos, ele retornou, eu pude notar que o Colec
estava com uma cara de indignação, e ele também estava segurando
um objeto em suas mãos, quando eu perguntei o que era, o Colec me
respondeu que aquilo era o Scrool of The Portal, aquilo era uma
pergaminho, cujo tinha como poder criar um portal que ligaria a sala
do Diablo com a vila, porém a pessoa que o usasse iria ficar muito
cansado, ele completou dizendo, que não conseguiu falar com a Adria,
ele me disse que ela não estava em sua casa, ela apenas havia
deixado o pergaminho com um bilhete, dando aquelas informações. Depois
que ele me explicou resolvemos descer de uma vez e acabar com o
Diablo, antes nós fomos falar com o Cain, ele disse que ia junto
conosco, então nós partimos ...
Fomos passando nível por nível, e sabíamos que aquela
seria a ultima vez que veríamos aquela catedral, além disso, eu
estava muito emocionada, a cada nível que passava eu lembrava das
pessoas que não estavam mais entre
gente. Quando
nós passamos pelo nível sete, eu lembrei que foi ali mesmo que o
Colec conheceu o Shadow, e no nível seguinte teve a luta entre os
dois, adiante eu lembrei do Merlin pobre mago, que morreu vencido
pela sua própria estratégia. Foi
no nível 13 que eu reencontrei uma antiga rival, a Tatiana, e que
infelizmente ela se sacrificou pra me salvar, chegando ao nível 15,
eu me lembrei das mortes dos nossos amigos causadas pelo Lazarus e
suas bruxas malditas. Talvez
eu sinta mais ódio do Lazarus que do próprio Diablo, nesse momento
o Colec parou, ajoelhou-se e começou a chorar um pouco, porque fora
ali mesmo que seu grande amigo e seu maior amor tinham sido mortos. Passado
cerca de 10 minutos, ele levantou-se, pediu desculpas e começou a
andar novamente, ele estava totalmente diferente comigo, a gente mal
conversava, também depois das perdas de ontem eu não o culpo por
isso. Nós
achamos o pentagrama, o Cain começou a analiso, ele pediu que o
Colec trouxesse o bastão, então o Colec foi em direção a sala do
Lazarus pegou o bastão e retornou, quando ele entreguei o bastão
para Cain, notamos que Cain havia ficado muito emocionado. Então
ele disse: -
Eu vou lhes contar um historia, eu nunca a contei a ninguém, por
vergonha ...
Depois
disso, Cain analisou o bastão, e disse que realmente ele poderia
ser usado para abrir um portal, ele cravou o bastão no meio do
pentagrama, ele disse uma ou duas frase, e de repente surge na nossa
frente um portal, só que este era vermelho, ele completou dizendo
que não sabia se quem entrasse naquele portal conseguiria sair
depois. O
Colec disse pra ele ficar tranqüilo, que a bruxa lhe havia dado um
Scroll of The Portal e com ele assim poderia sair de lá, caso não
conseguisse atravessar o portal vermelho. Depois
disso, Cain disse que não tinha mais nada a fazer lá dentro, que
ele iria retornar a vila e que rezaria por nós ... Decidimos
atravessar o portal, o Colec segurou minha mão e disse que tudo
acabaria bem, que não era pra mim me preocupar. Isso
me animou um pouco, já no nível 16, notamos que ele era semelhante
aos demais níveis, só um pouco mais gélido. Passado
pouco tempo, vieram cerca de quatro cavaleiros, eles eram muito
altos e bem fortes, minhas flechas não conseguiam penetrar na forte
armadura que eles usavam. Eu não pude fazer nada, e mesmo cansado o
Colec teve energia suficiente para mata-los em poucos golpes. Mais
uma vez ele me deixava impressionada, vocês não imaginam o estado
que ele estava, e mesmo assim ele conseguiu lutar tão bem. Aquele
nível parecia um labirinto, havia muitos caminhos e graças a Deus
poucos inimigos, nós encontramos uma sala que tinha duas alavancas
eu perguntei se podia puxa-las, ele balançou a cabeça, fazendo um
sinal que sim. Assim que eu puxei a segunda alavanca, nós ouvimos
um estrondo, e quando saímos da sala, havia cerca de cinco magos,
eles usavam uma magia de fogo, pelo que eu sabia aquela magia se
chamava Fireball, essa magia consistia em lançar poderosas bolas de
fogo contra o inimigo. Dessa
vez eu pude fazer algo, com minhas flechas eu consegui matar todos
os magos rapidamente, quando eu olhei pro lado, o Colec estava caído,
e com um grande corte na sua armadura, bem na altura do peito, ele
foi atingido por um Fireball, e se ele não tivesse aquela armadura
ele teria morrido ali mesmo. Ele
se levantou meio zonzo, ele estava sangrando bastante, eu perguntei
se ele estava bem, mas como ele era muito orgulhoso e teimoso,
respondeu que não tinha sido nada e que ele estava bem. Mesmo
sendo muito forte, ele tinha um limite, e eu acho que ele já estava
chegando nele, e que numa próxima luta, ele não teria a mesma
sorte. Assim
que a gente se aproximou de uma sala, nós pudemos sentir uma grande
energia negativa que dali emanava, o Senhor do Terror tinha que
estar ali. Nós achamos duas novas alavancas, e sabíamos que quando
nós as puxássemos, aquela sala se abriria e Diablo estaria lá
pronto para nos atacar. O
Colec se aproximou da sala e pediu pra que eu puxasse as alavancas,
quando eu fiz isso a sala começou a abrir, eu imediatamente corri
pro lado do Colec. Quando
a porta se abriu, nós pudemos ver no fundo da sala, um garotinho,
eu acreditei que fosse Albrecht filho de Leoric, eu estava indo em
direção do menino, quando o Colec me segurou firme pelo
braço e disse que aquilo não era mais uma criança, que
aquilo era o próprio Diablo e que tentava nos iludir. O
corpo do menino, completamente possuído pelo Diablo, começou a se
distorcer e mudar, o menininho crescia e seus olhos ardiam, enquanto
espinhos em forma de garras rasgavam a sua carne. Chifres grandes e
curvos rompiam do crânio de Albrecht, conforme Diablo ia alterando
as feições da criança para que elas se assemelhassem as do seu próprio
corpo demoníaco, chegará a hora da “Ultima
Batalha.” Antes
de começar a se aproximar do Diablo, o Colec pegou o pergaminho que
ele havia pegado na casa da bruxa, ele o abriu e leu, de repente
surgiu um portal vermelho e muito brilhoso na minha frente. Ele se
aproximou e disse: -
Lídia você é uma excelente arqueira, é uma pessoa maravilhosa,
foi um enorme prazer te conhecer, e diga a todos que eu, a Ju, o
Fack e os outros fomos guerreiros dignos e que lutamos até o fim. Me
desculpe por fazer isso, mas eu não quero perder mais uma amiga.
Sinceramente me perdoe. Eu
não entendi o que ele quis dizer com aquilo, mas assim que ele
terminou de dizer isso, ele me deu um golpe forte na região da nuca
me deixando inconsciente, depois disso ele me jogou pelo portal ... Eu
acordei cerca de duas horas depois, com uma grande dor de cabeça,
assim que eu me toquei do que tinha acontecido eu entrei novamente
pelo portal, mais infelizmente já era tarde de mais, Diablo já
estava morto, e quando eu olhei pro outro lado, eu vi o Colec
encostado na parede. No
momento eu não tinha percebido o ferimento que ele tinha, foi
quando eu me aproximei que eu pude ver, que ele teve o peito
perfurado e com o braço dilacerado, talvez por um dos chifres do
Senhor do Terror, eu não sei e nem posso dizer nada a vocês sobre
essa luta, porque infelizmente, ou talvez felizmente eu não
compartilhei dela. Quando
eu fui falar com ele, a primeira reação dele, foi rir, ele deu uma
boa risada e voltou a ficar serio e me disse: -
Finalmente conseguimos realizar a nossa promessa, e eu estou muito
feliz de ainda vivo saber disso.
-
Você sabe que chegou minha hora eu não tenho mais forças pra
lutar, mas antes eu preciso que você faça algo, eu preciso que você
acabe de uma vez com o Diablo. -
Diga o que eu preciso fazer, Colec !!! -
Diablo não está totalmente morto, apenas seu corpo foi destruído,
eu quero que você aproveite esse momento e retire do crânio dele,
a pedra das almas. -Assim
que você fizer isso, Diablo não terá mais um corpo e ficara
lacrado para sempre. Você será a encarregada de proteger essa
pedra, nunca deixe que ninguém a possua. -
Mas Colec, o que eu faço com essa pedra depois que eu sair daqui ?? -
Carregue esta pedra consigo até que não possa mais defende-la, você
deve esconde-la da humanidade, agora vá Lídia, vá depressa ... Depois
disso eu fui morrendo de medo em direção ao Senhor do Terror, eu
carregava comigo a espada do Colec, e seria com ela que eu extrairia
a pedra das almas. Eu me aproximei o máximo que eu pude, e fui
desferindo alguns golpes no crânio dele, aos poucos a pedra foi se
soltando, depois de uns três ou quatro golpes, eu consegui retirar
a pedra, quando eu a tirei da testa dele, o corpo do Diablo, começou
a fragmentar e aos poucos foi revelando o corpo do jovem Albrecht. Aquela
pobre criança estava morta, mas eu acredito que agora ele possa
descansar em paz, depois disso eu voltei pra falar com o Colec,
quando eu me aproximei dele, ele disse: -
Me de aqui a sua mão
-
Você mais do que ninguém merece isso, você provou ser forte, ser
digna, ser corajosa e ter muita fé. Aqui
neste momento eu passo pra ti o poder do guardião, que ele sempre
te proteja e te guie. Ahhhhhhh,
Lídia, nunca perca a sua fé, no momento que eu vi a Juliana
morrer, eu perdi minha fé, eu deixei de acreditar em Deus, e por
isso o guardião me abandonou. Por
favor, nunca se esqueça disso, e além de você ter o guardião
agora te protegendo eu sempre olharei pó você, esteja onde
estiver. -
Adeus minha amiga ... -
Ahhhhh, quase que eu me esqueço ...
Essas
foram as ultimas palavras do Colec, eu não consegui entender o que
ele quis dizer sobre a Adria, acho que ele já estava delirando ... Agora
eu possuía o poder do guardião, mas pra mim ele tinha um
significado muito especial, eu tinha um pouco da alma do Colec, eu
podia sentir a energia dele dentro de mim, ele ia me guiar e me
ajudar eternamente. Depois
disso eu me levantei, eu tentei não chorar, só que não foi possível,
mesmo chorando eu peguei a Pedra das Almas e o corpo do Colec, e
entrei pelo portal, quando eu cheguei na cidade, todos ficaram
espantados, eles não acreditavam que o Colec estava morto, eu botei
o corpo dele no chão, do lado da fonte, e contei tudo o que tinha
acontecido, eu pude notar que o Cain tinha ficado muito emocionado,
o senhor Griswold se ofereceu pra me ajudar, ele disse que
enterraria o corpo do Colec, ao lado dos nossos amigos. Depois
de rezar pelas almas de todos, eu voltei ao centro da vila para
agradecer a todos que nos ajudaram durante nossa jornada, e que
agora eu não tinha mais motivo para permanecer em Tristam, e como
aquela promessa que a gente tinha feito já estava cumprida, eu
decidi retornar a minha vila e encontrar meus velhos amigos, e
contar a todos que naquela cidade eu conheci o Colec, o guerreiro
mais nobre e corajoso de Khanduras, e que ele tinha se sacrificado
por mim, e todos ficariam sabendo das nossas aventuras pelas ruínas
da Velha Catedral, através do conto escrito por ele, e que eu fazia
questão e tinha o dever de publica-lo.
FIM
!!
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