Capitulo
XIV – Um pedido de Perdão Depois
de tudo o que havia passado, nós resolvemos voltar para a vila, a Lídia
estava muito abalada com tudo, mesmo sendo muito forte, ela não
estava preparada pra saber da morte de suas amigas. Era
nítido que o desanimo e a tristeza tomou conta da gente, era a
terceira morte na nossa jornada, pelo menos isso fazia com que quiséssemos
lutar ainda mais, agora tínhamos mais um motivo para acabar com o
Diablo. Já
havia passado algum tempo, estávamos novamente na vila, o Fack e o
Shadow foram conversar com Pepin, os dois eram os que estavam mais
feridos, enquanto isso, eu e as garotas fomos a Taverna, a Jú ficou
conversando com a Lídia, a Jú tinha um grande coração, e por ser
uma garota doce, tinha habilidade de consolar as pessoas, eu até
queria dar meu apoio pra Lídia, mais o fato é que eu não sou bom
pra essas coisas, eu ia acabar me enrolando e falando bobagens, e eu
estava com muita raiva pela morte da Thais, e eu não queria passar
toda essa raiva pra Lídia, por isso fiquei na minha. A
Jú ficou la conversando com a Lídia, elas subiram pro quarto pra
terem um pouco mais de liberdade, eu acho que a Lídia não queria
mostrar sua fragilidade pra mim. Eu
fiquei sentando na ultima mesa da Taverna, eu já tinha bebido um
pouco, eu estava pensando um pouco sobre a minha vida, talvez aquela
fosse a primeira vez que eu ficava sozinho desde que eu chegara na
vila, a algum tempo atrás, mesmo quando eu havia ficado cego,
sempre tinha alguém me dando força. Percebi
que naquele final de tarde não voltaríamos a descer a catedral e
por isso resolvi andar um pouco, eu precisava esfriar a cabeça um
pouco, esses últimos dias foram muito difíceis pra mim. Eu
acredito que amanha já estaria tudo melhor, e poderíamos então
continuar a nossa jornada pela aquela catedral. Comecei
minha caminhada, enquanto eu andava, comecei a lembrar do meu
treinamento, de tudo o que me mestre havia me ensinado e tudo o que
ele havia dito, lembrei também dos meus amigos que eu tive que
deixar quando decidi vir para Tristam me vingar da morte de meu
mestre. Depois
de todas essas lembranças, quando eu percebi, já havia anoitecido,
pra ser sincero estava uma noite linda, aquilo me fazia lembrar dos
bons momentos que eu passei na minha vida. Feito
essas reflexões, eu me levantei e retornei para o centro da vila,
Cain e o Pepin vieram até mim, eles estavam muito afoitos e
nervosos, eles me disseram que meus amigos foram imprudentes mais
uma vez, Cain completou dizendo que todos haviam descido mais uma
vez para a Catedral, exceto Shadow, que estava dopado, por ter
passado por uma mini-cirurgia em sua perna, ela havia infeccionado,
mais ele já estava se recuperando, só precisava de um pouco de
descanso. Eu
corri até a casa do Pepin, vesti minha armadura e peguei minha
espada, aproveitei pra ver se o Shadow estava acordado, ele estava
dormindo, mais parecia estar bem, assim que eu sai da casa eis que
surge do nada a velha Adria, ele me desejou boa sorte e disse que
era pra mim ter cuidado com os poderes do Warlod, ela pediu pra que
eu me apressasse, depois disso ela abaixou a cabeça e foi embora
sem dizer mais nada. Pra
falar a verdade eu fiquei sem entender nada, eu não tinha mais a
tempo pra perder, então eu corri e atravessei o portal. Eu
estava novamente ao nível 12, lembrando a todos que o portal sempre
ligara esse nível ao centro da vila, pois o Merlin morreu, e quando
isso aconteceu o portal estava ainda neste nível. E esse nível
trazia péssimas lembranças, eu sempre iria lembrar que fora ali
que Merlin morreu, mesmo desanimado eu continuei seguindo em frente,
e em pouco tempo eu já havia descido pra o nível 13. Após
já ter andando um pouco neste nível, eu notei que havia um grande
tumulto no meio do salão a minha esquerda, quando eu cheguei lá,
eu pude notar como estava complicada a nossa situação. Neste
mesmo salão, estavam meus amigos, e cerca de dez guerreiros, e
havia também um outro guerreiro, só que este tinha uma armadura
diferente dos demais, ela parecia ser muito mais forte, e este
guerreiro maneja uma grande espada, diferente dos outros que
carregavam um sabre. Este
guerreiro se apresentou como líder dos cavaleiros, e os outros dez
guerreiros seriam seus Knights, era uma espécie de falange, essa
luta seria muito difícil. Eu
já havia me aproximado dos meus amigos, que ficaram felizes ao me
verem, e nesse momento o líder dos Knights, ordenou o ataque, os
cavaleiros se aproximaram com grande velocidade. Nós
não tivemos tempo para criar uma estratégia de combate, os
guerreiros eram muito bem guiados, eles agiam em equipe, e
rapidamente eles haviam nos separado, exceto pelo Fack que ficou
perto da Lídia. Eu
tentei também me aproximar da Jú, mas não foi possível, os
guerreiros haviam me cercado. Era uma luta muito desigual, eu e o
Fack estávamos lutando contra três guerreiros cada, e o Fack ainda
tinha que proteger a Lídia, de eventuais ataques. O
maior problema além da desvantagem era o fato de que todos os
guerreiros tinham fortes armaduras, então as flechas da Lídia
acabavam sendo inúteis contra eles. Devido
ao peso de duas armaduras, os guerreiros não eram rápidos, pelo
contrario, eles era até bem lentos, o que acabava nivelando a luta,
e eu o Fack conseguíamos desviar até com um pouco de facilidade
dos golpes dos guerreiros. Em
certo momento da luta, o Fack conseguiu acabar com um dos
guerreiros, ele contra atacou com um golpe fatal após uma falha
cometida pelo guerreiro. Tivemos
muito trabalho para acabar com todos eles, havia ficado somente o líder
dos Knights, ele estava muito surpreso ao ver todos os seus
cavaleiros mortos, porém ele era muito forte, não seria fácil
acabar com ele. O
líder dos Knights pensou que Fack fosse o líder do grupo,
realmente Fack acabara se tornando uma espécie de líder, ele tinha
uma grande capacidade para liderança, graças a ele e suas estratégias
malucas que estávamos vivos até agora. E
por ter pensado que Fack nos liderava, o Cavaleiro resolveu
ataca-lo, ele foi na direção do Fack, com sua espada já
empunhada, a Lídia tentou acerta-lo com uma flecha, porém foi em vão. O
Fack apontou sua espada para o cavaleiro, ele não havia ficado com
medo e né hesitaria em lutar sozinho com o cavaleiro. Vendo
tanta coragem, o cavaleiro parou e gritou: -
Garoto arrogante, como ousas me enfrentar.
O
Fack riu, nesse momento o Cavaleiro desembainhou sua espada, ele deu
as costas pra gente e começou a andar em direção ao inicio do salão,
enquanto ele andava, ele disse com um ar sarcástico:
-
Tenho pena de vocês !! Como
o cavaleiro já havia indo embora, decidimos continuar seguindo em
frente, notamos que havia uma porta ao fundo da sala, decidimos
abri-la, essa porta levava a uma pequena sala, e nessa sala
continham duas alavancas. Quando
as puxamos, pra surpresa de todos, a parede de fundo a salinha, começou
a se mover para a direita, revelando assim uma outra sala. Nesta
outra sala havia uma escada, provavelmente seria a que levaria ao nível
14, porém a sala não estava vazia, nela havia uma outra criatura. A
criatura,creio eu, só poder ser o Warlord, além de proteger a
escada que leva ao nível seguinte, ele parecia ser extremamente
poderosa. Ele
tinha algumas características humanas ... A
criatura permanecia imóvel, eu e o Fack desembainhamos as nossas
espadas, a Jú ficou um pouco pra trás pra proteger a Lídia,
quando nós fomos ataca-lo, ele simplesmente com um movimento de braço,
nos jogou contra a parede. Aquela criatura era um mago, e eu estava
certo que ela era muito poderosa. Sempre
quando tentávamos nos aproximar, ele nos repelia com seu poder, porém
ele continuava imóvel, era muito estranho. Aquela criatura parecia
brincar conosco, ela não dava a menor importância diante a nossa
presença alia na sala. Eu
já estava ficando irritado com tudo isso, porém a cada vez com que
eu a atacava a criatura
me jogava longe, eu não tinha mais o ritmo de antes, estava ficando
cada vez mais cansado, e a raiva não me permitia raciocinar e ver
que era isso que o monstro queria que eu fizesse. Nesse
momento a Lídio atirou uma flecha no monstro, porém o monstro
havia f eito uma barreira mágica, e era essa barreira que refletia
todos os ataques, ela funcionava como um “reflexo”, assim que eu
a atacava, a barreira absorvia o impacto causado pelo meu golpe e
jogava contra mim, por isso eu fiquei tão cansado, a flecha estilhaçou
a barreira do mostro. A
criatura então resolveu se apresentar. -
Eu sou Warlord, e esta sala será o tumulo de vocês !! Ele
ergueu o braço direito, apontando-o pra Lídia, a temperatura da
sala começou a baixar drasticamente, o frio era muito intenso,
estava ficando difícil de permanecer ali dentro. O
Warlord aproveitou o fato que nós estávamos vulneráveis, pra
atacar. Da sua mão começou a emanar uma forte luz, a energia
produzida por ele era muito intensa e poderosa. Quando
a energia produzida transformou-se em uma bola, ele a lançou em
direção da Lídia, tanto eu quanto o Fack estávamos longe, e a Jú
estava do outro lado, não seria possível interceptar a bola de
energia, creio eu que se aquilo chegasse a atingir a Lídia ela não
conseguiria sobreviver. A
bola alcançou grande velocidade, assim que a bola atingiu a Lídia,
uma grande explosão de luz aconteceu, ninguém havia visto
realmente o que tinha acontecido, e nem se a Lídia estava viva. Nesse
momento o Warlord começou a rir, a claridade já havia passado,
quando olhamos para a direção em que a Lídia estava, ficamos
muito surpresos com que vimos. Aquela
bola de energia não chegou a atingir a Lídia, graças a intervenção
da Tati, ninguém esperava que a Tati iria se sacrificar por alguém,
principalmente se esse alguém fosse a Lídia. Infelizmente
a Tati estava mortalmente ferida, e não conseguiria sobreviver,
antes de morrer ela disse algumas palavras: -
Lídia, por favor, venha até aqui, eu preciso saber de uma coisa.
Com
o arco em suas mãos, Lídia conseguiu acertar três flechas mortais
em Warlord, a criatura ajoelhou no chão, a raiva era tanta que a Lídia
acertou outras duas flechas nele, mortalmente ferido, ele não tinha
mais poder pra deixar a temperatura tão baixa, gradativamente ela
ia voltando ao normal, logo em seguida o Warlord caiu no chão
morto. A
Lídia se aproximou se aproximou do corpo da Tati, ela se ajoelhou e
eu creio que ela fez uma breve oração, ela pediu pro Fack que ele
pegasse o corpo da Tati e que a ajudasse a enterra-la. Nós
conversamos um pouco, e foi decidido que a Lídia e o Fack voltaria
pra vila e lá fariam um enterro digno, e eu e a Ju continuaríamos
seguindo, nós iríamos ao nível 14, e depois voltaríamos pra
vila. Eu
e a Juliana estávamos mais uma vez sozinhos nos níveis da
catedral, então começamos a descer pela escada que levaria ao nível
14, já neste nível, percebemos que ele não era tão frio quanto
ao anterior, e não fazia aquele silencio mórbido. Quando
estávamos no meio do nível, nós encontramos algo inusitado, não
sei bem o que era, talvez fosse humano, era um guerreiro, ele
segurava apenas uma espada, quando eu o vi, imediatamente eu
empunhei minha espada em sua direção, porém o guerreiro não me
atacou, ele apenas falou com uma voz firme: -
Meu nome é Lachdana, fiquem tranqüilos, eu não quero lutar contra
vocês. -
Enquanto Lazarus estiver vivo, eu ficarei preso nessa catedral, eu
rezo todos os dias pra que alguém entre nessa igreja e acabe com
Lazarus e com o Senhor do Terror.
-
Sim, eu lutei ha muitas décadas contra o Leoric, eu fui forçado a
mata-lo porém depois de acabar com ele, eu e meus homens decidimos
acabar com as forças do mal que tinham invadido a catedral, naquela
época não haviam monstros nos níveis, o que nos facilitou muito,
porem quando eu e meus Knights, chegamos aqui neste nível,
encontramos Lazarus e algumas bruxas, meus soldados foram brutamente
mortos pelas bruxas, pelo o que eu me lembro, havia uma bruxa que
comandava as demais, e essa bruxa eu acho que se chamava Adria, era
ela linda, e parecia inofensiva, e por isso ela e as outras acabaram
com todos os meus homens, e eu fui derrotado com facilidade pelo
Lazarus .
Escrito
por Felipe Gonzalez Alves
|