Introdução Antes
das devastantes guerras explodirem de vez, uma antiga civilização
egípcia que prezava em manter os costumes seculares marchava em
direção há um local menos hostil do que se encontravam. No meio
do caminho encontraram várias outras caravanas distintas, e a elas
se uniram. Depois de longos meses de caminhada pararam em uma cidade
mais desenvolvida e estranhamente arquiteturada. Foram bem recebidos
e alertados de que precisavam construir um abrigo para não sei o
que, e que todos deveriam ajudar, senão seriam novamente jogados ao
desalento. Foi assim que começou, o abrigo anti-guerra foi construído
e a cidade dizimada pelos efeitos da guerra. A caravana egípcia
conseguiu sobreviver quase que por inteira, assim como o restante da
população. Vários
anos se passaram, nasceu Anúbis, filha de um casal remanescente da
caravana egípcia. Recebeu esse nome, pois quando nasceu quase
metade dos habitantes do abrigo morreram misteriosamente. Ela
cresceu, e sempre coisas estranhas aconteciam à sua volta: pessoas
desmaiavam, passavam mal, tinham visões de objetos voando, coisas
assim. Resultado: quando tinha 17 anos e a população restante do
abrigo já havia sido reduzia há 1/3 do que era antes de seu
nascimento, ela foi exilada. Caminhando
longamente pelas wastes, finalmente encontrou uma cidade, Gottan. Não
foi muito bem recebida primeiramente, por causa de sua aparência
diferente (egípcia). Os cabelos negros, lisos e escorridos pelo
rosto juntamente com uma franja que atingia seu nariz um tanto que
mal cortada. Os olhos verde vivos, com traços bem escuros à sua
volta a fim de realçá-los e a pele morena coberta por um simples
vestido negro surrado, sem sapatos. Durante um tempo hospedou-se em
uma plantação, até que foi lá descoberta e expulsa. Começara a
ficar doente, quando ao estar perambulando pela cidade subitamente
desmaiou. Acordou deitada em algum lugar muito claro, o que ofuscou
sua visão por um tempo, e a única coisa que ouvia era:
“Calma...”. Sentiu uma fisgada no braço direito. Voltou a
desmaiar. Acordara
novamente, mas dessa vez em um lugar mais escuro. Encontrava-se em
uma cama não muito macia coberta por um lençol meio velho.
Ouviu-se dizer algo sobre Richett e seu consultório. Passado algum
tempo na casa do estranho ela ficou sabendo de toda a história.
Richett era um médico louco que fazia experimentos estranhos, e que
ela infelizmente havia sido uma de suas cobaias. Ainda não tinha
como saber quais seriam os efeitos do que havia acontecido, pois
Richett havia sido morto por ele. Kenton era seu nome, e juntamente
com ela havia encontrado 17 cobaias e 23 cadáveres que não
sobreviveram aos experimentos. Sem
mais nada a explicar, disse que não tinha para onde ir. Contou sua
história a ele, e decidiu que não tinha o que fazer da vida, ainda
mais que havia algo que circulava em seu sangue e ela nem sabia o
que era! Fora apresentada a Huevos, um cara bem simpático que a
introduziu em sua guilda, uma tal de BigEmo, onde recebeu um
treinamento básico sobre como atuar com armas e explosivos. Saíram
em algumas caçadas, e assim o tempo foi passando. Conhecera durante
esse tempo Jorge, um cara que não pode ser reeleito por injustiça
em Gottan, Forrest, um cara que vinha estranhamente trazer mensagens
para um e outro do grupo, e umas outras pessoas não muito
importantes. Ouviu falar em um tal de RB, G-King e uns grupos de
Carecas, mas nada tinha a fazer em relação a isso, e nem sabia o
que eles significavam. Vários anos se passaram a partir daí. Anúbis
agora tinha 23 anos e era uma integrante da guilda muito bem
treinada. Certo dia ouviu estranhos ruídos do lado de fora. Premeditou-se a logo acordar os outros e a se armarem devidamente para algum possível combate. Ao observarem pelas frestas que havia nos soalhos da porta da frente da casa viram estranhos vultos de lobos, só que não eram lobos comuns, e sim imensos! A horda logo saiu da casa mandando uma chuva de tiros mistos de 10mm, 14mm, rifles de caça e shotguns, e mesmo assim a criatura demorou um tempo para morrer. Outras duas vinham em nossa direção e os cartuchos de algumas armas já haviam acabado, e não haveria tempo para repor. Apressadamente corremos em direções separadas, Huevos a meu encalço, mostrando-me direções a tomar, quando paramos abruptamente antes de nos chocarmos com uma criatura que carregava um jaz corpo em sua boca, provavelmente de um dos moradores da cidade. Huevos começou a berrar umas coisas estranhas e me puxou pelo braço, refazendo o caminho que já havíamos percorrido, quando encontramos com o resto do grupo em frente à casa. Estávamos quase todos lá, um dos mais novos integrantes do grupo vinha correndo desesperadamente de uma criatura que vinha atrás dele. Gritamos para ele se deitar, e mais uma chuva de tiros, na correria havia dado tempo de recarregar as armas. Nas janelas dava pra ver os rostos contorcidos de desespero das pessoas, e ao conseguirmos matar o segundo animal Anúbis foi buscar o tal rapaz e o puxou para dentro da casa. Quando todos estavam lá dentro Huevos abriu um alçapão escondido debaixo de uma das cômodas, ninguém sabia de sua existência, mas não queríamos perder tempo perguntando. Logo entramos em uma trilha úmida e mal iluminada, e exatamente ao mesmo tempo em que fechamos o alçapão ouvimos a porta da frente da casa tombar no chão e as criaturas invadirem o local. Sem mais tempo a perder armamos algumas armadilhas na entrada da trilha, não poderíamos mais sair por ali, tanto por causa das bestas tanto por causa das armadilhas. Seguimos o caminho escuro durante uma meia hora, e logo o caminho se bifurcou. Alguns foram indicados para seguir em uma direção, Huevos designou Anúbis como líder do esquadrão G-Beta enquanto ele iria liderar o G-alfa. Separaram-se então, continuaram a seguir os caminhos úmidos e escuros por um tempo, quando encontraram uma pessoa no caminho. Ela parecia seriamente ferida, então tivemos que “estacionar” o esquadrão para que Kenton pudesse ajudá-lo. Infelizmente ele não resistiu. Provavelmente havia sido atacado por uma das criaturas e infelizmente não morreu na primeira dentada que rasgou metade das suas costas. Tivemos que deixá-lo por lá e temer pelo pior: será que a saída que encontraríamos também estaria infestada de bestas? Continuamos o caminho, ainda vendo o rastro de sangue que o jovem havia deixado ao se arrastar até pouco atrás. Pouco tempo depois encontramos uma escada que levava à saída, ou a uma delas, e nela vimos ainda o sangue já seco do jovem cadáver. Tomei a iniciativa de subir e espiar para ver se a barra estava limpa, parecia que sim, mas alertei a todos para se armarem até os dentes. Subimos todos e logo fizemos uma formação de defesa, formando um círculo, todos de costas um para o outro. Vimos ao longe algumas bestas correrem, estava amanhecendo. Ao longe avistei o esquadrão G-Alfa, e alguns deram gritos e berros para alertá-los. Péssima idéia: as bestas descobriram onde estávamos e vinham famigeradas em nossa direção. Nos espalhamos novamente, alguns lançando olhares fuzilantes e xingando quem havia gritado, que medrosamente pulou de volta no alçapão. Ouvimos o grito de Huevos, aquele mesmo grito de antes, e todos fomos a seu encalço. Percebemos a presença de alguém desconhecido que sorria ao ver que mais e mais pessoas se juntavam a Huevos, que se encontrava atrás de uma cerca. O
estranho homem nos indicava o caminho mais longo para chegar até
Huevos, que parecia um tanto quanto ansioso. Quando todos estavam lá
o desconhecido fechou a portinhola da cerca, e pediu para que todos
gritassem. Pensando que cometeriam suicídio gritando em campo
aberto protestaram com Huevos, que ordenou a todos para fazerem o
que dizia o rapaz. Gritos, berros, uivos, tudo o que se possa
imaginar saiu dali para atrair a atenção dos monstros, e quando
estes pularam a cerca para ir nos atacar, um enorme BUM! aconteceu e muita fumaça e poeira se espalhou pelo local,
assim como uma chuva de pedaços de criaturas. “Aaaaaaah! Isso!”
berrava Huevos “Vitória!!!” e todos gritaram em coro com ele.
Minas explosivas haviam sido instaladas no local pelo desconhecido,
e muito agradecemos a ele por isso. O
dia já havia amanhecido e a guarda local montado posto nas entradas
principais da cidade. Anúbis e Huevos foram fazer o relatório do
ocorrido na base que havia sido invadida pelas bestas, e lá
encontraram o medroso que havia gritado. Ao se deparar conosco ele
se assustou e nós caímos na gargalhada. Ele sem entender nada foi
para um dos quartos no segundo andar. Um tempo depois todos estavam
lá, menos o tal desconhecido. Todos perguntaram a Huevos quem era
ele, mas ele limitou-se a responder que era apenas um velho amigo.
Mas pra que precisávamos saber, havíamos vencido as criaturas sem
nenhuma perda, bem, pelo menos não da nossa horda, mas no fim do
dia soubemos que mais de 15 pessoas morreram, inclusive vários
Brahmins e Emos. No
dia seguinte Kenton pediu que Anúbis o acompanhasse até a casa
dele, pois Huevos estava muito ocupado, e como ela era a
sub-comandante do grupo era a ela a quem devia reportar. Ao chegar lá,
pegou algumas anotações que havia feito em um velho bloquinho
manchado de café, e explicou a origem das tais bestas: um tal de RB,
não se sabia muito sobre ele, a não ser que ele vivia em uma
cadeira de rodas e cultivava um imenso ódio por Gottan. Ele disse
que talvez ele quisesse dizimar a cidade ou simplesmente era uma
maneira de se vingar, enfim, ele queria destruir Gottan de qualquer
jeito. Poderia ser uma conclusão errônea, mas pelo menos era uma
conclusão. Ao
chegar na casa encontrou os outros tomando café e conversando
divertidamente, até que um deles, o mais antigo do grupo chegou a
ela e disse que Huevos havia saído para resolver alguns problemas e
levado alguns homens e que ela, durante esse tempo, seria chefe da
guilda restante. Sua vida mudaria daquele ponto em diante, não mais
seguiria ordens de alguém, e sim as daria. Ficou se perguntando de
Huevos tinha certeza de que ela seria uma boa líder, e se
conseguiria guiar a guilda até sua volta. Bem, só havia um modo de
saber...
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