Capitulo VI – O Poder do Guardião  

     

Após sairmos da Taverna, rumamos para o nível seis...

Mais uma vez nos encontrávamos nos andares das catacumbas...

E a cada nível que se passava, os inimigos se tornavam mais poderosos.

 

Estávamos já no meio do nível seis, e após uma batalha exaustiva, nós encontramos um pedestal, rodeado de velas,

com um livro no centro, a Lídia se aproximou e leu:

 

-        Através do Hall dos Heróis, está é a Câmara dos Ossos.

Morte eterna os aguarda para aqueles

que procuram os tesouros guardados nessa câmara.

Assim falou o Senhor do Terror, e assim foi escrito!



Não entendi muito bem o significado daquele verso, mas uma coisa chamou a minha atenção,

havia tesouros ali, e realmente a ganância pode matar um homem

e isso é uma lição que aprendi de meu mestre,

mas, como eu havia prometido destruir todas as criaturas deste lugar, eu tinha certeza que encontraria várias nesta Câmara.

 

Seguimos pela catacumba e nada de especial nos apareceu durante o caminho, até que notamos, que a escadaria que levaria ao nível sete não estava ali, nós não a encontramos, achamos apenas uma escadaria que leva para cima, igual a que entramos, porém decidimos subir atrás dela.

 

Ao entrar, dei de cara com uma pedra de mármore na parede, à qual estava talhado em relevo profundo o título:

CÂMARA DOS OSSOS - SILÊNCIO!

 

Mal subimos todos, percebemos alguns vultos, sombras quase invisíveis que estavam ao redor da gente,

 até que na minha frente, aparece um monstro, do nada, tão feio, tão feio, tão feio que ele quase me matou foi de susto,

mas ele não foi mais rápido que meu reflexo, ele mal teve tempo de gritar e eu já arranquei sua cabeça !!

 

Outros decidiram se juntar à festa, mas não deram nem pro o cheiro, ou melhor, davam sim, eles fediam muito!

 

Seguimos o caminho e nos deparamos com uma porta, ao abrirmos ela, milhares de esqueletos pularam de dentro da sala para aonde estávamos, eles era rápidos, negros e armados com machados e espadas, isso explica o título do local. 

 

Aliás, eu acho que eu esqueci de mencionar pra vocês, que as garotas mudaram de armas, elas conseguiram novas armas trocando-as pelo Machado do “The Butcher” e pela Coroa do Leoric.

A Lídia agora usava um arco chamado Windforce, e por sua vez a Jú estava equipado com uma espada chamada “King’s Sword of Haste”, uma espada muito leve, o que tornava seus golpes muito mais rápidos.

 

Novamente não estávamos em usa situação agradável, diante de tantos inimigos,

dessa vez não adiantava criar uma tática ou estratégia,

o que devíamos fazer era bem simples, atacar e se proteger, e se possível dar uma ajuda ao resto do pessoal.

 

Foi o que fizemos, nós já estávamos prontos, e era hora de ver se as armas das jovens eram boas mesmo.

Começou a batalha, nós nos separamos...

Cada um tinha ido pra um lado, a Lídia tinha ficado atrás de mim, assim seria mais fácil de protegê-la,

 

Quando a flecha dela acertou uma das caveiras, todos nos ficamos impressionados com a força daquele arco.

A flecha causou um grande impacto, arremessando a caveira contra a parede.

Quando ela disparou a segunda flecha, ela causou um efeito dominó,

e de repente ela havia derrubado cerca de seis caveiras.

 

Eu estava de queixo caído com a força daquele arco!

Então notei que a Jú também queria me impressionar tentando fazendo o mesmo.

A espada dela era muito leve, talvez sem peso algum, ela desferiu cerca de 10 golpes, e conseqüentemente destruindo oito caveiras e tudo isso em poucos minutos.

 

Eu estava muito intrigado com o poder daquelas armas, porque mesmo minha espada sendo forte, ela não era daquele nível, e ela não tinha nenhuma habilidade extra. Depois disso eu me concentrei na luta e comecei fazer minha parte,

o Fack estava totalmente empenhado, a cada dia que passa ele se tornava mais forte.

 

Eu acredito que nós quatro formamos a melhor equipe que já foi feita.

 

Passou cerca de 15 minutos, e já não havia mais caveiras pra contar historia, após transformá-las novamente em uma pilha de ossos e de levá-las a paz eterna, percebemos que da sala onde estavam os esqueletos, tinha uma outra porta, nos fundos.

 

Ao entrarmos, percebemos que estávamos em um salão de mármore bem iluminado.

Andamos até o meio dele, e de longe vimos alguns baús e um pedestal com mais um livro!

 

Nos aproximamos dos baús e nós os abrimos, neles só tinha velharias, como candelabros, alguns pergaminhos e alguns livros velhos e mofados, mesmo assim, eu achava que estava fácil demais.

 

Até que nós ouvimos um urro aterrorizante:

 

- Uuuuuuhhhhhhhhhiiiiaiaaaarrrrrrrr

 

Um monstro, com cabeça de Rinoceronte e com um chifre no meio, partiu com tudo para cima de Fack ...





... Infelizmente ele foi pego de surpresa, eu só vi o coitado sendo arremessado contra a parede, admira-me o fato de que ele resistiu e teve forças o suficiente para empunhar a espada e rasgar o monstro ao meio, mas o dano era muito e ele estava com sérios ferimentos, sério o bastante pra tirar ele de combate por alguns dias...

 

Até que percebi a armadilha que tinha sido armada, mais e mais monstros apareciam da sala pelo qual entramos, a coisa estava feia e o Fack não podia lutar, só éramos três, contra muitos!

 

Eu podia dar conta de alguns, mas eles eram muitos, nós não tínhamos escolha,

e se fosse pra morrer, que morrêssemos com honra, num combate!

A luta estava feia e eu estava segurando eles, enquanto a Lídia estava matando-os à distância, ela estava ficando sem flechas e eu já sem forças, até que eu esgotado, não consegui evitar a chifrada de um deles,

fui lançado longe, bati no pedestal que tinha livro...

 A Juliana mandou eu pegar o livro e lê-lo, sem saber o que fazer, eu abri o livro ...

 

Um brilho intenso ecoou do livro, iluminando mais ainda a sala, os monstros pararam subitamente e o chão começou a tremer. De repente o chão se abriu diante da gente, revelando três cabeças de serpentes e dragões.

 

 Eu pensei: “ Pronto, esse é o nosso fim, vamos morrer agora!!!”

 

Seu eu saber eu tinha invocado um monstro!

Mas para a minha surpresa, as serpentes estavam nos ajudando.

 Uma delas começou a cuspir fogo nos monstros, enquanto isso as outras arrancavam partes dos monstros com tanta velocidade e ferocidade que eu fiquei com um pouco de medo.

E questão de minutos, não havia restado nenhum monstro no local.

E no meio daquela ferocidade a serpente parou e veio até mim.

 Eu não via o corpo dela, apenas suas cabeças e seus longos pescoços que saiam da cratera que se formara ali na sala, ela se aproximou de mim, muito mais perto do que qualquer outra criatura já tinha chegado, ela olhou pra mim com aqueles olhos aterrorizantes e começou a irradiar um brilho, a palma da minha mão estava agora no ar, fora do meu controle e aquelas serpentes agora emitiam um brilho puro e intenso, elas foram absorvidas pela minha mão.

 Foi como se eu estivesse apertando uma pedra incandescente! Até que o brilho cessou, e eu percebi na minha mão, uma marca, de uma serpente.

 

Não sabia se fora amaldiçoado, ou abençoado, ou se ganhara algum poder,

ou se poderia invocá-las, mas acreditava que Cain, ou a bruxa saberia a resposta certa.

 

Levantando-me com muitas dores ainda, eu fui ajudar o Fack a se levantar.

 

Encontramos a escada que leva até o nível sete, mas antes de descer nós tínhamos que curar aqueles ferimentos, então decidimos voltar para a cidade.

 

Pepin, o curandeiro local, fez um ótimo trabalho em mim e no Fack, ele nos falou que teríamos muita sorte, por não ter fraturado nada. E aconselhou tomarmos mais cuidado. E recomendou que descansassemos.

 

Depois de ter agradecido o Pepin eu fui falar com Cain, este ao ver a palma da minha mão com a serpente, ficou surpreso e falou:



- Incrível... Creio eu, meu jovem, que você tem o poder do “Tomo do Guardião” em suas mãos! Não sei se você pode curar-se com isso, pois todos sabemos que a serpente é o símbolo da cura, mas eu creio que a bruxa Adria, saberá lidar mais com isso do que eu!



Mesmo eu não gostando daquela velha,

ela tinha me ajudado com a historia sobre o Leoric, então eu decidi ir lá falar com ela novamente.

Ao me ver ela gritou:

 

- PARE!! EU SINTO QUE O GUADIÃO ESTÁ PERTO!



Levei um susto, isso foi mais um motivo para confirmar a minha teoria de que aquela velha era louca, mais mesmo assim eu me aproximei, e ela completou dizendo:



- É isso, este é o guardião, não tenho duvidas!! Ela correu até mim e puxou a minha mão... nunca vi ninguém tão impressionado com uma marca;

 

- Ahhh meu filho, olhe o guardião... um poder da luz agora a nosso alcance! Você teve sorte... não é qualquer um que o guardião aceita guardar, deves ter um coração puro! Sempre que estiver em apuros, este guardião aparecerá para te ajudar, mas isso vem ao custo de sua fé. Nunca perca a fé, nunca deixe de acreditar, se você perder sua fé, este guardião poderá ir embora e acabarás perdendo-o para sempre.

 

- Você não pode invocá-lo, não pode dar ordens a ele... ele age por conta própria, vem quando quer, geralmente quando você precisa muito, mas muito mesmo. Tenha cuidado... mais uma vez te advirto, nunca perca a fé...



Depois disso eu estava com dúvidas a respeito daquilo, mas aquela velha deveria saber o que estava falando, eu resolvi voltar pra vila e descansar um pouco na Taverna, mesmo tendo descansando por três dias, eu ainda sentia algumas dores, principalmente no meu braço direito, e o Fack estava muito ruim, eu acho que ele não ia nos acompanhar na próxima descida.

 

Já na Taverna eu conversei com meus amigos, o Fack estava com um pouco de febre,

então nós decidimos deixar ele descansando mais um dia...

 Pedi pra que a Lídia fosse ao Pepin pegar algum remédio pra ele, e que ela tomasse conta dele por um dia,

E que só eu e a Jú iríamos descer na Catedral.

 

Ela relutou um pouco, mas acabou aceitando.

Nos desejou Boa Sorte e pediu pra gente ter cuidado.

Pelo incrível que pareça a Jú até gostou da idéia de descer só comigo,

então nós partimos pra mais uma aventura ...

 

 

 



Escrito por Felipe Gonzalez Alves